Cobras Brasil XV 04 de Febrero, 2021

COBRAS, a franquia do Brasil da Superliga Americana de Rugby

A Confederação Brasileira de Rugby confirmou o nome a apresentou o uniforme da equipe que a representará na SLAR

A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) definiu nesta quinta-feira, dia 4, em São Paulo, que COBRAS será a franquia que vai representar o Brasil na Superliga Americana de Rugby (SLAR) na edição de 2021 do torneio, o principal entre clubes sul-americanos.

A edição de 2020 da SLAR teria como representante brasileiro o popular Corinthians, conhecido no futebol, mas a competição foi cancelada por conta da pandemia da COVID-19. O acordo com o clube terminou no fim do ano passado e, nesta temporada, a CBRu optou por fazer diferente, criar uma franquia que se identifique com a comunidade do Rugby do país e ser a única do Brasil a disputar torneios internacionais. 

Uma das inspirações para o nome é a popular frase “A cobra vai fumar”, surgida nos anos 1940 do século XX, que para os brasileiros significa “realizar algo de grande valor”. Os atletas foram fundamentais ao escolherem o nome, uma vez que a expressão acaba por ser um elemento que os motiva a surpreenderem mundo afora e construírem uma bonita história. O capitão da equipe, Felipe Sancery, 26, comenta: “Estamos contentes com o batismo da franquia. O rugby nacional está passando por renovações e temos grandes desafios nesse começo de ano. Estamos fazendo nossa parte, treinando forte, progredindo a cada semana, para vencer com o Cobras e honrar nosso país em todas as competições”.

É também referência para a escolha do nome a diversidade cultural e ecológica do Brasil. Cobras e serpentes figuram na mitologia como seres indomáveis, com força e tamanho fora do comum. Fazem parte do imaginário popular personagens como a Sucuri (anaconda), a cobra-grande e o Boitatá, imensa cobra-de-fogo da cultura Tupi-Guarani que defende a floresta dos malfeitores.

A SLAR começa no dia 16 de Março e vai até 15 de Maio em dois turnos de todos contra todos, com semi-final e final, em duas sedes: uma no Chile e outra no Uruguai. Serão ao todo seis franquias sul-americanas: COBRAS (Brasil), Jaguares XV (Argentina), Cafeteros Pro (Colômbia), Selknam (Chile), Olímpia (Paraguai) e Peñarol (Uruguai). 

Participar do torneio significa ao Brasil mais oportunidades para os jogadores atuarem em partidas de alto nível com vistas às Eliminatórias da Copa do Mundo de 2023, na França. As disputas por vaga no mundial devem começar logo após a edição 2021da SLAR.

Fernando Portugal, Head Coach das Seleções do Brasil, comenta: “O ano é especial, um ano de qualificação para a Copa do Mundo. O grupo acredita muito no trabalho que vem sendo desenvolvido e tem feito todo o esforço possível para buscar evoluir a cada dia. Nesse cenário, a SLAR entra como algo fundamental para o processo de construção do caminho para nosso principal objetivo que é estar no Mundial”.

Emiliano Bergamaschi, ex-treinador assistente dos Pumas foi contratado como Head Coach dos COBRAS na SLAR. Na bagagem, traz grande conhecimento técnico e isso ajudará na evolução dos jogadores do Brasil: “O rugby brasileiro vem evoluindo a cada ano, isso é notável para toda a comunidade. Nosso desafio na SLAR será uma etapa importante para sonharmos mais adiante com a vaga no Mundial. O intercâmbio com os atletas argentinos está fluindo muito bem e apostamos que seja valioso para todos. Agora é seguir com os treinos em ritmo forte, aprimorando as partes física, tática e técnica. A SLAR é uma excelente oportunidade para a região usufruir de seus principais jogadores atuando perto de casa, motivados em progredir juntos”, observa Emiliano. 

Outra novidade da SLAR foi a escolha, pelas franquias participantes, de jogadores argentinos provenientes do programa de alto rendimento da Unión Argentina de Rugby (UAR). A proposta é elevar o nível competitivo e gerar aprendizado para todos os envolvidos. No caso do COBRAS, a franquia foi reforçada por quatro atletas argentinos: Franco Giudice (abertura), Manuel Bernstein (terceira linha), Marco de Sanctis (fullback) e Santiago Grippo (primeira linha). 

A SLAR é o principal campeonato de franquias da Sudamérica Rugby e surgiu com o propósito de elevar o nível do rugby na região, permitindo aos atletas de jogar e evoluir dentro da América do Sul. A iniciativa também faz com que mais crianças e jovens vejam o rugby como uma possibilidade tangível de viver do esporte e busca promover o rugby como uma linguagem universal, sem barreiras culturais ou de idioma.